Imagem de um celular: Adeilson partira!

 

Crédito das fotos: Fernando Vinícius/Aquiacontece

Nesta data, após não mais conseguirem contactos telefônicos com Adeilson – o que era costume - seus pais, irmãos  e amigos resolveram procurá-lo. Mas como, diante da distância? Alguém agiu. Nada mais prático do que utilizar a nova tecnologia: a pesquisa na internet. Dera-se início à busca do registro de uma placa devidamente anotada pelo pai de Adeilson: Seu Caetano das Lajes. Seu Caetano havia escrito em seus papéis o seguinte código: MTB-3776 -  Aracaju/SE. Tratava-se da identificação de um veículo Corolla, de cor prata, placa de Aracaju, que Adeilson havia comprado e viajado para Ouro Branco/RN neste último final de semana santa. 

Apesar do tempo decorrido, ou seja, do acidente ter ocorrido na data de ontem, pela manhã, ainda nesta noite, a família de Seu Caetano não acreditava ter perdido seu filho Adeilson, embora as reportagens mostrassem que naquele trágico acidente havia o destroço de um veículo com a placa MTB-3776 -  Aracaju/SE.     

Familiares e amigos se aglomeravam na residência de Seu Caetano, nesta noite. Foram vários os telefonemas. Diversas notícias chegavam dos jornais e blogs sertão a fora. Mas todos, apesar da tristeza, continuavam aguardando o melhor: Adeilson não deveria estar na cena daquele acidente. Poderia estar ferido. Poderia ter sido assaltado. Sei lá! Não ter morrido! Mas a placa anotada por Seu Caetano estava lá: MTB-3776 -  Aracaju/SE.

A noite escurecera mais…

Informações do IML de Arapiraca informara que havia uma pessoa de cor morena naquele instituto, mas todos pediam para não ser Adeilson, inclusive este que vos escreve. Surge a idéia, não sabemos de quem, daquele instituto encaminhar uma simples imagem, um “click’ da face, um retrato digital do rosto, algo que viesse diferente, que não indicasse a verdade:  imagem de nosso conterrâneo, do irmão de nossos irmãos - de Adeilson não mais vivo. Adeilson não deveria partir. 

Na memória deste blogueiro ficarão várias imagens, algo mais forte que o retrato do trágico acidente noticiado nos jornais de Alagoas, de Sergipe, do Rio Grande do Norte. Será marcante a cena de várias pessoas se aproximando, juntando-se, olhando de perto, finalmente vendo, naquele pequeno aparelho, a imagem que não queríamos ver: Adeilson realmente partira.

Sê forte, irmão que fica! Sê abençoado, irmão que parte!