BIOGRAFIA

Nos anos 80 a cidade de Ouro Branco não disponha de àgua saneada, ou seja, a água de toda população chegava por meio de barris montados em jumentos ou por meio de carroças de burros – carroças estas equipadas com grandes tambores, tipo silos de acondicionar feijão. Em referidos tambores, na traseira, era acoplada uma mangueira de câmara de ar de bicicleta, onde passava a água, que era despejada em latas e conduzida até os potes, tanques, ou cisternas suspensas nas casas. Assim sendo, Genildo, seu irmão Gilson (in memorian) e, algumas vezes, Geni, acompanhavam Manoel em referida lida madrugada a fora. Genildo e Gilson eram adolescentes e tendo em vista o trabalho de botar água nas casas se dar pela madrugada, dormiam muito pouco. Durante o dia, quando não estavam na escola, principalmente no período do inverno, permaneciam nos roçados: nos plantios de milho, feijão, arroz, batatas, apanhas de algodão, pastoreio de gado, dentre infindas atividades da agricultura e da pecuária sertaneja.

O tempo passou para estas crianças da mesma forma que passou para os adultos, inclusive os pais: não tiveram acesso a brinquedos industriais, a festas de aniversários, a carinhos paternos – viviam noutra época: criava-se os filhos com muita disciplina, castigos e o objetivo maior era ter o comer no dia seguinte. Também não disponham de programas sociais como os que o governo disponibilizava à sociedade contemporânea.

O tempo também passou para o pai de Genildo e, em razão do pouco conhecimento, não percebeu aquele senhor que a água saneada também chegaria a Ouro Branco. Dali em diante, não tendo como criar, não sabendo como dar de comer a sua prole, Manoel de Argemiro viaja para o Norte, a fim de trabalhar na hidrelétrica de Tucurui, onde pouco tempo permaneceu e viajou para o Distrito Federal, onde vive até hoje. Com aquela decisão, deu-se inicio a pior fase da família de Manoel. Aliás, com ele, muito castigo para os filhos; sem ele, muita fome para todos. A via crucis de Geni, Genildo, Gilma, Gildete, Gilson, Genilson, Gione e Geíza começara naqueles dias. Não havia sequer um empregado naquela família. Geni começa a “lavar roupas de ganho” com ajuda de Gilma e de Genildo. Toda família passara muita fome (necessidade é apelido de fome no sertão!). Genildo e Gilson passaram a trabalhar em padarias com outros filhos de famílias pobres de Ouro Branco, inclusive, a maior parte do pagamento era o próprio pão (se pedisse aumento, o patrão dizia que o que podia aumentar era o trabalhador comendo mais – e pão aumentava mesmo, haja vista ter fermento).

Sinteticamente, Genildo e família sofreram muito, mas com os esforços de sua genitora, Dona Geni e com a união que veio como milagre, tiveram êxito nos estudos, empregaram-se via concurso público, constituíram família e encontram-se felizes - boa parte deles próxima de sua mãe: dando-lhe o carinho merecido. Manoel formou nova família no Distrito Federal e também recebe atenção dos filhos. 

Genildo, além de professor de Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Educação Artística, conforme já dito, também foi integrante, inclusive do primeiro elenco, do Grupo de Teatro MANDACARU, desta cidade, que teve como idealizador o Professor Milton Dantas. No referido grupo teatral Genildo foi personagem na Peça denominada “Mais uma boca”, de autoria do eminente professor Milton Dantas, depois de outras participações, tendo, também, encenado com a professora Marluce Dantas, mais conhecida como “Baúca”, em diversas apresentações realizadas em frente à igreja católica desta cidade, na quadra de esporte, dentre outros locais públicos, salientando que a apresentação de mais sucesso feita por referida dupla é a dublagem realizada com a música “O ABC DO PREGUIÇOSO”.  Acrescente-se ao lado artístico de Genildo, o fato de ele ter participado, também, da formação de grupos musicais que tocaram carnavais em Ouro Branco/RN, juntamente com Paulo Dantas, Michael de Neinha, dentre outros. Por outro lado da cultura, Genildo também fez parte do grupo que escreveu o jornal periódico “O Kafona”, juntamente com João Batista de Chico Honório, Francisco de Manoel Velho, João Batista de Orilo Dantas, Teté de Saturnino, Margarida de Pingüim, Milton Dantas, Joaci de Birico, dentre outros.  Também é de se lembrar que no tocante aos tocadores de violão para serenatas, Genildo faz parte da história ouro-branquense, juntamente com Milton Dantas, Zé Timbu, Inez de Afro, Dida de Zé Timbu, Carlinhos, Lenilson Azevedo, Nairde, dentre outros.

No que diz respeito à escolaridade, relate-se que  Genildo iniciou suas primeiras lições aos 07 anos e sempre estudou em escola pública, tendo concluído o Curso de Auxiliar de Escritório e o Magistério, ambos nesta cidade. Em seguida, após ser reprovado no primeiro vestibular, conseguiu êxito no segundo, ou seja, Licenciatura Plena em Letras pela na UFRN no Campus de Caicó/RN, onde concluiu o mencionado curso no ano de 1992 (13/03/1992). Na citada universidade também participou do movimento estudantil, chegando a ser presidente do Diretório Acadêmico (90/91) e da Residência Universitária (89/90). No supramencionado movimento estudantil, teve oportunidade de participar do 41° Congresso da UNE, realizado em Campinas/SP, na UNICAMP, onde participou de deliberações sobre questões de política estudantil e leis de educação de base.   

Enquanto cursava Letras, já residente em Caicó (morava na Residência Universitária), Genildo ocupava seu tempo estudando para o curso que ora fazia, preparava-se para o concurso de professor do estado e, quando exausto de suas leituras, debruçava-se em seu instrumento musical preferido, o violão, através do qual passou a conhecer bons compositores e fazer poesias.

Mantendo-se fiel aos estudos, conforme já relatado, Genildo foi aprovado no concurso do Estado para Professor nível P6-E (Diário Oficial do Rio Grande do Norte - 13/03/1990), isto é, estaria habilitado para o ensino de 1° grau, hoje ensino básico. Concluindo seu curso universitário em 1992, já lecionando em Lajinhas, Distrito de Caicó/RN, retorna a esta cidade, onde começa lecionar as disciplinas acima citadas, ano em que também participa do pleito eleitoral (03/10/1992), numa candidatura para vereador, quando alcançou o 5° lugar. Em razão da famigerada legenda, Genildo ficou como 1° suplente do PMDB, vindo a assumir a edilidade no período compreendido entre........, oportunidade em apresentou o Projeto de Lei 013/92 (abril de 1993), que buscando atender a comunidade deficiente de Ouro Branco, foi aprovado, tornou-se lei (Lei 013/93) e hoje atende, inicialmente, aos anseios de boa parte do deficientes deste município, inclusive, originando a ADFOB – ASSOCIAÇÃO DOS DEFICIENTES FISICOS DE OURO BRANCO.

Acrescente-se ao parágrafo acima a aprovação de Genildo da Silva Medeiros no Concurso de Professor, de nível superior, realizado pelo Estado de Rondônia, publicado em 26 de abril 1990 (Diário de Natal), não tendo assumido referido chamado, o que fez seu colega Gilmário Oliveira de Azevedo. Registre-se ainda que Genildo também foi aprovado em concurso público para o cargo de professor P2-E no Rio Grande do Norte, oportunidade em que ao assumir referido cargo ficou com carga horária 60 h/a.

É preciso registrar que com o rompimento político do então prefeito Aloísio Nogueira do Nascimento com “Neto do Cartório”, eleito vereador pelo PMDB, que ocupava o cargo de Secretário de Administração, aquele vereador retorna ao seu cargo na Câmara de Vereadores de Ouro Branco/RN, momento em que Genildo deixa a Câmara de Vereadores.

Nova página na história de Genildo estava por ser aberta no ano de 1993. Mantendo a mesma disciplina de estudos e leituras, mencionado cidadão é aprovado no concurso realizado pela Polícia Federal no ano de 1993, obtendo o 2° lugar no Estado e o 58° no país para preencher 700 vagas. Em razão da longa jornada por que passam aqueles que se submetem a concursos para ingresso em referida polícia judiciária, Genildo é chamado para realização de cursos na Academia Nacional de Policia –DPF, onde também foi aprovado (22/08/95 a 01/11/1995) e tomou posse no Departamento de Policia Federal no dia 22 de novembro de 2005. Trabalhou no Estado do Acre de 1995 a 1998, onde realizou com zelo e probidade os serviços pertinentes à Polícia Judiciária da União. Em 1999 foi removido para o Estado da Paraíba, especificamente em Campina Grande/PB onde é lotado.

Ano passado, à convite de Lenilson Azevedo Genildo filiou-se ao Partido Verde, neste município. Após um ano de filiação, em convenção partidária, Genildo é escolhido para concorrer ao cargo de vereador por este município, tendo sua candidatura registrada no TRE/RN e seu afastamento devidamente publicado na Polícia Federal.  Registre-se, também, já que se estar falando em luta partidária, que Genildo foi o fundador do PC do B – Partido Comunista do Brasil nesta cidade, haja vista sua ligação política com os integrantes de mencionado partido no Rio Grande do Norte. Saliente-se que foi através do P C do B, da história de João Amazonas, Glênio Sá, bem como de outros baluartes da história política brasileira, que Genildo enveredou pela política organizada, com ética, com apresentação de propostas, acrescentando que o Jornal “Classe Operária” foi, muitas vezes, leitura de cabeceira de Genildo da Silva Medeiros.

Genildo é casado, tem dois filhos, é agropecuarista, é funcionário público federal, lotado no Ministério da Justiça (Departamento de Polícia Federal), tem como grau de escolaridade o Curso de Letras pela UFRN (14/12/1992), é Bacharel em Direito pela FACISA no Estado da Paraíba (colação de grau em 08/08/2008) e pós-graduado em Segurança Pública pela FGV (MBA – 20/06/05 a 19/12/2005). Atualmente encontra-se afastado de suas funções publicas, a título de desincompatibilização, tendo em vista estar concorrendo ao cargo de vereador pelo município de Ouro Branco - RN.